Notas soltas...
O verão aqui está sendo ótimo, como disse antes, a grande ironia.
A luz nestes subúrbios é melhor, não sei explicar, tinha mais vontade de fotografar aqui e faz sentido. Embora Bristol tivesse assuntos fotográficos mais instigantes.
Geograficamente confusa. Na cidade onde morei por dois anos e sete meses (o mesmo período que passei em Bristol), e completamente ciente do porquê de ter querido sair daqui. Às vezes esqueço que não estou em Somerset, porque a Grã-Bretanha tem dessas coisas - arquiteturas e topografias repetitivas em certos lugares. Mas é só um deslize temporário, a pronúncia não me deixa esquecer.
Nos momentos de maior isolamento em Bristol, nos dias após dias de chuva e sem ter com quem desanuviar, eu às vezes pensava que aqui não era tão ruim, que embora tivesse menos lugares interessantes - e relevantes em relação às coisas que amo - à porta, que pelo menos conhecia uma boa amiga, que tinha os meus sogros para ajudar, que Londres estava a apenas 40 minutos de trem, que o campo estava mais acessível (bom, tão acessível quanto em Bristol, mas aqui não há ladeiras, as distâncias são mais curtas e a paisagem, menos dramática). São pontos positivos, não há como negar. Este é um lugar que serve a um estilo de vida que não é o meu, mas como com qualquer outro, as circunstâncias e as pessoas ao seu redor podem fazer toda a diferença.
Mas é só circular um pouco, ouvir as conversas, sentir a atmosfera dos ambientes de convívio, ver que o verde é só um verde domado sem horizontes, que é quase tudo voltado para o consumismo, enfim, daí eu me lembro. Não me sinto em casa, não adianta.
A mudança não correu bem até agora, o veredicto final, porém, só quando as nossas coisas chegarem - se chegarem. Estamos bem hospedados, gata incluída, mas eu só quero ir. Para a nova casa. Contabilizar as perdas e os ganhos e começar de novo.
