Monday, September 8, 2014

Pela cozinha

Desde que chegamos aqui, não houve um dia sequer em que não "transgredi" a dieta alimentar que adotei há alguns meses. Que não é nada radical - eu diria que é bastante permissiva até -, mas que tem um motivo de estar presente na minha vida agora. Como já expliquei, eu não diminui a ingestão de certos elementos porque está "na moda" ou para perder peso, mas devido a questões de saúde e de princípios.

E é claro que isso já se faz sentir, mas não de forma extrema, já que eu não cometi grandes excessos, apenas comi mais frequentemente coisas que não andava acostumada a comer. Porque vira e mexe comemos na rua e, no início, estava sem todo o meu equipamento de cozinha e não sabia bem onde encontrar certos ingredientes. Mas todos esses problemas já começaram a ser ultrapassados, amém!

E também tem outra coisa curiosa - a cozinha é o ambiente em que mais demoro a me sentir à vontade numa casa nova. E a minha é menor do que anterior, não tem a mesma vista do jardim de que tenho saudades, enfim, é quase como recomeçar a cozinhar - novas panelas, novas dimensões, novo forno, novas luzes. Acho que posso dizer que já estou em casa na "minha" cozinha, que a vontade de preparar novos e velhos e conhecidos está de volta, embora não vá me comprometer e dizer que ela veio para ficar.

De volta aos tachos e panelas (e a um fogão pequeno, mas é a gás, aleluia!), estou a fim de experimentar novas receitas de pães e comecei por esta aqui, que ela também fez, e, como não podia deixar de ser, dei uma reinventada. Não usei a farinha de amêndoas mas sim uma integral sem glúten - ou seja, o teor foi mais "sem glúten" em vez de "low carb", eu tento pegar leve no uso de amêndoas e não as tinha. Não usei, também, uma xícara inteira de linhaça dourada, apenas meia, completei com sementes de girassol tostadas e farinha de arroz integral. Usei um ovo a menos e ficou perfeito, mas porque a minha massa era mais leve sem as amêndoas, de outro modo, aconselho a usar os 5. Bati só dois em neve. Eu nunca tinha provado linhaça, por isso fui um pouco parcimoniosa na minha primeira experiência, de qualquer modo: ingrediente para mim novo e totalmente aprovado. Gostei muito do sabor e da textura, aliás, todos aqui em casa gostaram.

Uma bobagenzinha que preparei no domingo e que me conquistou, foram essas "pataniscas" de milho. Muito simples: 200g de milho, 40g de farinha sem glúten, um ovo batido, coentros e temperos a gosto. Não precisam de muito óleo para fritar, o que é ótimo, um bocadinho de azeite numa frigideira anti-aderente dá conta do recado. Aliás, no domingo passei o dia na cozinha, comecei por alguns gaufres/waffles sem glúten também - 1/2 xícara de farinha sem glúten com fermento, 3/4 de xícara de leite vegetal (usei o de arroz), um colher de sobremesa de açúcar amarelo, 1 colher de chá de sal, duas gemas e duas claras batidas em neve. Mas foram consumidos muito rápido, no hay fotos, ainda não tinha estreado o waffle maker.

A verdade é que eu já conhecia o Porto, mas o Porto que eu conhecia não tinha ainda muitas das opções que tem agora, então estou a redescobrir os caminhos e os lugares - o que estou a adorar -, e isto inclui o meu jeito de cozinhar e o que tenho ao dispor e como fonte de inspiração. Embora esteja tecnicamente em Matosinhos, atravesso a rua e estou na Prelada e, dali em diante, é um trajeto de sítios e ruas interessantes. E eu adoro isso, é um prazer simples e inato a quem é urbano de nascença e gosta de cidades (embora eu tenha uma grande parte do coração no campo, sou dividida mesmo) o de perambular e descobrir. Para mim, amor puro.

Pelo Douro

Na Quinta da Ermida. Porque precisávamos de um mini-break, mesmo que fossem apenas 24 horas no campo. Com borboletas amigáveis incluídas.

Pelo Porto