Saturday, January 17, 2015

Don't we all?

Não todas(os) nós, é claro, mas quem hoje em dia resiste a retratar as coisas boas da vida e exibi-las aqui na blogosfera, Pinterest, Instagram, Facebook, Twitter, etc, etc? É um mundo saturado de imagens, mas seletivo - não queremos nada que nos choque, de má já basta a vida real. Não é o compartilhar tudo isso que, para mim, é questionável -  mas, sim, a necessidade que hoje parece inata, o artificialismo de algumas propostas e o excesso. E, também, o sentimento de inadequação que resulta.
Não é um grande artigo em termo de ideias, mas dá uma boa visão geral disso tudo que, confesso, há algum tempo começou a me incomodar e entediar (o meu destaque vão para os potes de conservas que viram receptáculos para sucos [sumos] verdes, o que há de errado com os copos?), embora eu mesma incorra no pecado (meu telhado é de vidro), aqui.

Monday, January 5, 2015

Tirando o pó


Eu venho aqui algumas vezes com a intenção de tirar o pó do blogue, escrever algo sobre os tempos mais recentes, mas os rascunhos acabam não publicados. Fica tudo num tom "meu querido diário" o qual eu não condeno, afinal, somos naturalmente fascinados por narrativas - daí acompanharmos blogues que nem sempre nos têm algo a dizer -, mas é que não considero os meus passos mais recentes relevantes no grande esquema das coisas, ou mesmo interessantes.
Tinha escrito sobre o que penso do Natal e das festas, etc, etc, mas não havia nada a acrescentar, nenhuma ideia nova, ninguém a me explicar, portanto, fica para a próxima.
Retrospectiva de 2014? Um ano difícil, de mudanças e constatações, ansiedades. Mas foi o ano em que retornei ao Porto, o que deixa a contabilidade com um saldo positivo. O que tem de ser arrumado independe da cidade.
Resoluções para 2015? Nada de muito novo, apenas arrumar a bagunça dos anos mais recentes, tentar estruturar o que anda a ser consumido pela entropia. Mas vou confessar - por diversos motivos, não acredito em viradas [viragens] de ano como pontos de virada [viragem]. Pode ser assim porque o resolvemos, mas é possível mudar a página em qualquer dia, mês do ano. As epifanias e as resoluções não seguem o movimento de translação, apesar de às vezes serem influenciadas pelo ânimo coletivo.
Ainda neste tópico: acho humano querer "desintoxicar", começar a frequentar a academia [o ginásio] em janeiro, mas a verdade é que, passadas as festas, se retornarmos à rotina anterior, o metabolismo se arruma sozinho (espero!). Não são os hábitos alimentares de uma, duas semanas que arruinam a saúde e a silhueta, mas quem somos no dia-a-dia. Essa obsessão das pessoas [das mulheres, principalmente] pelo corpo escultural, por retomar o peso pré-gravidez praticamente após sair da maternidade, o desprezo pelo sobrepeso alheio são algo que sempre me deixa perplexa. Eu confesso que sinto aflição em ver como certas pessoas se alimentam, mas no final das contas, cada um cuida de si como pode e/ou quer, cada um sabe do seu quinhão nesta vida. Chamar às pessoas de "gordas" como se isso fosse uma falha moral é, para mim, discurso de ódio. Podemos ser mais gentis com os outros e conosco mesmas, esta sim é uma boa resolução de ano novo, uma atitude menos tóxica.