Saturday, September 7, 2013

Ah, o outlet.

Não estou numa fase consumista, o que colide com a minha relativa necessidade de comprar alguns sapatos e peças de vestuário.

"Relativa" porque necessidade para mim é algo mais profundo. É que meu guarda-roupa ficou dilapidado depois da gravidez

E fui ao outlet ontem. Um outlet que se promove como "atração turística". A. parece adorar um centro comercial, acho que porque cresceu em suburbia, onde o shopping center é o núcleo da vida social. Ele não se irrita, eu me entedio. Porque há muito pouco ali que me interessa ou em que esteja a fim de gastar. Não trabalho fora, não tenho vida social ativa, não viajo muito. Mas o que me espanta mesmo é quanto objetos de consumo que antes eram tentadores agora me parecem fúteis. Um dos meus perfumes prediletos estava em oferta. Mas para que perfume? Tenho três que adoro e mal uso, para que mais?

E os sapatos? A sério - até quando essa oferta gigante de saltos absurdos? Por que não há quase nada um pouco mais interessante para quem não queira danificar a coluna, criar joanetes e correr o risco de cair e quebrar alguma coisa? Não entendo.

Roupas lindas, sim, mas sem contexto para mim. Mas as lindas, ainda sim muito caras.

E a grande pegadinha desses outlets é que há muita coisa mais barata do que seria na loja "normal", mas não há nada muito barato. Ou falta numeração. Cores, como no caso das maquiagens. Ou produtos para o meu tipo de pele, no caso dos cosméticos. E todo esse arsenal de coisas para embelezar, me digam - até onde vão os milagres? Até onde é válido confeccionar uma máscara? Quando deixa de ser divertido e se torna um fardo?

Vão me dizer que isso é "coisa de velha" e talvez seja. Talvez porque não acredite em milagres e, apesar de usar uns poucos cremes sem grandes promessas, um pouco de maquiagem em ocasiões que exijam, talvez por tudo isso esse mundo de seduções de consumo me pareça tão raso. Talvez essa desilusão calma que chega com a idade tenha se instalado, talvez a conscientização de que o mundo está voltado para a juventude - que, por si só, é algo muito efêmero - e que de agora em diante me tornarei gradativamente invisível, e que a marca do que uso ou deixo de usar não importe em relação aos outros (não que um dia tenha chegado a importar, mas importa só para mim, pois hoje em dia prefiro comprar menos, mas com mais qualidade).

Acabei comprando coisas para minha filha que "perde" roupas o tempo todo (e porque é mais divertido!), chocolates em pó para as noites de inverno, e fui namorar panelas duradouras. Panelas. Quem diria.

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