Thursday, September 5, 2013

Só mais um trago? Não.

Com este verão simpático para os padrões britânicos que andamos a ter, não foram raras as vezes que, sentada ao ar livre, tive um flash back, uma vontadezinha de fumar. Também logo a seguir a situações de crise de choro infantil histérico, concomitantes a recusas a comer, ter a fralda trocada, tomar banho, sentar no cadeirão, enfim, tudo que não seja brincar e explorar este nosso mundo cheio de perigos ocultos. Aquele desejo de se isolar por alguns minutos para aquietar a alma, mas acompanhada dele, esse vilão delicioso.

E hoje, lendo coluna da Vanessa Ferrari, voltei a pensar nisso, em como seria bom dar um traguinho, fumar um cigarro light, relaxar. Porque, bom, no final, pouco importa, vamos embora de qualquer jeito, etc, etc. E que não vale a pena demonizar os fumantes, embora, hoje em dia, o cheiro, a fumaça me façam mal. E eu tenha uma filha bebê. Eu parei de fumar há quatro anos, porque me fazia sentir doente, porque minha pele que já não é juvenil e nunca foi de porcelana estava com aquela aparência cansada, mais envelhecida do que deveria estar. Porque não era mais um prazer simples e puro.

Mas assim, no jardim, na calada da noite, será que não posso relembrar os velhos tempos?

Não. Não porque tal cigarro não existe. O primeiro cigarro de quem nunca fumou, ou está há muito tempo sem fumar, é horrível. Arrebenta os pulmões. Arranha a garganta. Deixa um sabor nefasto na boca. E como apagar tal impressão? Com mais um cigarro, ou dois, ou três, até que a fumaça desça redonda e venha uma onda de alívio, não tontura. Como disse uma das personagens de ER, nós os (ex)fumantes estamos sempre à procura do cigarro perfeito. Ele é raro. É uma busca, uma que não cabe em minha vida no momento. Mas que tenho saudades, tenho.

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